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sábado, 23 de abril de 2011

O CAMPONES E OS TRÊS LADRÕES


                                   O CAMPONÊS E OS TRÊS LADRÕES
Dirigia-se uma camponês ao mercado, montado no seu burro, levando presa e marchando atrás dele uma cabra que tinha a intenção de vender.  Enquanto caminhava, lentamente, fazia as contas do lucro que teria vendendo aquele animalzinho. Sem que percebesse foi visto por três ladrões, cujas intenções não eram boas.
- Olha quem vem ali; um bom peixe para nossa rede, disse um deles. - Vou tirar-lhe a cabra sem que ele nem perceba.
- Eu farei mais que isso, disse o segundo;  também levarei o burro com a sua autorização e ele ainda vai me agradecer.
- Pois eu ainda farei melhor que vocês dois, acrescentou o terceiro; ele me entregará tudo e ainda me chamará de meu amigo. 
Separaram-se os três para pôr em prática os seus planos.
O primeiro continuou caminhando atrás do camponês que, não suspeitando de nada, ia feliz e com toda a tranqüilidade  pensando no dinheiro  que ganharia com a venda da cabra. O mal intencionado ladrão  aproximou-se cautelosamente  dele, cortou a corda da cabra e tirou o chocalho que ela levava no pescoço, atando-o no rabo do burro. Dessa forma continuaria a soar e o camponês imaginaria que a cabra estava marchando atrás.
Em seguida, o ladrão tratou de desaparecer o mais rápido possível. Passado algum tempo, o camponês casualmente olhou para traz e teve a desagradável surpresa de constatar que a cabra não o estava acompanhando, embora o chocalho continuasse a soar. Imediatamente, muito atrapalhado,  correu de um lado para outro, perguntando pela sua cabra a todos que encontrava pelo caminho. Encontrou então o segundo ladrão e lhe perguntou se avistara sua cabra.
- Ainda ha pouco, respondeu-lhe, vi passar naquela direção um homem com uma cabra que, pelo visto, é a sua. E continuou - se você quer encontrá-la corra depresse para este lado, que eu posso ficar um instante tomando conta do seu burro.
O ingênuo camponês agradeceu-lhe reconhecendo as boas intenções e confiou-lhe o burro,  partindo apressadamente para a direção que o segundo ladrão lhe tinha indicado. Este, por sua vez, esperou o camponês se afastar, montou no burro e desapareceu um direção contrária.
Como era de se esperar, o camponês  não encontrou a sua cabra e quando, desesperado, regressou  em busca do burro, uma uma decepção o esperava: não mais encontrou o falso amigo que se encarregara de tomar conta dele. Percebeu então que tinha sido vítima de um outro roubo e ficou muito indignado com os dois ladrões que o roubaram e também consigo mesmo por ter se deixado  enganar.
- Isto me servirá de lição. A partir de agora ficarei atento e quem quiser me roubar terá de ser muito esperto.
Resolveu então voltar para casa.  Quando caminhava de volta ouviu  fortes soluços que vinham de um poço que havia na beira da estrada. Chegando lá, ficou comovido ao encontrar um homem que chorava amargamente. Era o terceiro ladrão.
- O que é que você tem para chorar dessa maneira? disse-lhe o camponês  Por acaso achas que é o único homem desesperado que há no mundo? E continuou dizendo: - você não pode estar mais desesperado que eu. Estava indo ao mercado vender uma cabra e roubaram-na junto com meu burro.
- Isso não é nada em comparação ao que me aconteceu, replicou o ladrão. Eu estava levando um pacote cheio de jóias preciosas, e, ao sentar-me para descansar junto a este poço, derrubei meu tesouro lá dentro, e agora não posso mais recuperá-lo.
O camponês inclinou-se sobre o poço, olhou demoradamente e, embora nada visse, disse ao terceiro ladrão:
- Mas porque você  não vai lá dentro buscá-lo:
- Pobre de mim! Não sei nadar e certamente me afogaria. Se alguém fosse lá apanhar o meu tesouro  lhe daria de bom grado a metade dele.
- Isso que dizes  é certo? Se estiver falando a verdade eu mesmo irei lá embaixo buscá-lo, respondeu-lhe o crédulo camponês, imaginando que assim poderia recuperar os prejuízos que tivera e ainda sairia no lucro.
- Pode ter certeza que cumprirei o que disse; se recuperar meu tesouro  replicou o ladrão, te darei a metade das minhas jóias.
Dito isto, livrou-se o camponês de suas pesadas roupas e, agradecendo ao bandido por lhe dar a oportunidade de, com as jóias, adquirir um burro e uma cabra, atirou-se ao poço. Como sabemos, embora tenha procurado muito, nada encontrou. Voltando à superfície, qual não foi sua nova decepção. O terceiro ladrão havia sumido com suas roupas. Foi então que percebeu que tinha sido enganado pela terceira vez.
   Adaptação do conto > Romeo Zanchett
http://gotasdeculturauniversal.blogspot.com/

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