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terça-feira, 26 de abril de 2011

DANÇA DAS DOZE PRINCESAS


                                    A DANÇA DAS DOZE PRINCESAS
Era uma vez um rei que tinha doze filhas muito lindas. Dormiam em doze camas no mesmo quarto. Quando iam para a cama, as pórtas do quarto eram todas fechadas com chave.  Todas as manhãs, porém, os seus sapatos tinham as solas gastas, como se tivessem dançando com eles a noite toda. Ninguém conseguia saber como isso tinha acontecido. 
Para descobrir o que de fato estava acontecendo, o rei  anunciou a todo o reino que se alguém pudesse descobrir o segredo, e saber onde é que as princesas dançavam de noite, casaria com aquela de quem mais gostasse e seria rei depois de sua morte. Entretanto, se alguém tentasse descobrir e ao fim de tres dias e tres noites não conseguisse, seria morto. 
Logo apresentou-se o filho de um rei, como primeiro candidato.  Foi muito bem recebido e à noite levaram-no para o quarto ao lado daquele onde as princesas dormiam nas suas doze camas. Ele tinha que ficar sentado para ver onde elas iam dançar e para que nada acontecesse sem que ele ouvisse. Para isso deixou a porta do seu quarto aberta. Mas o jóvem acabou adormecendo, e quando acordou de manhã percebeu que as princesas tinham dançado a noite toda, pois as solas dos seus sapatos estavam cheias de buracos. O mesmo fato aconteceu nas duas noites sequintes e, conforme havia dito, o rei ordenou que lhe cortassem a cabeça. 
Depois dele vieram outros jovems, mas nenhum teve melhor sorte e todos acabaram perdendo a própria vida. 
Um certo dia, um velho soldado, que tinha sido ferido em combate e já não podia tornar a combater, atravessava o pais daquele rei.  Um dia, ao passar por uma floresta, encontrou uma velha  senhora, que lhe perguntou para onde ia.
- Quero descobrir onde é que as doze princesas dançam a noite, e assim ainda terei tempo de me tornar rei.
- Bem, disse a velha senhora, isso não é muito dificil. Basta que tenhas cuidado e não beba nada do vinha que uma das princesas te trará à noite. Então, logo que ela se afastar, deve fingir que adormeceu.  Apos dar essa orientação, deu-lhe uma capa e continuou dizendo: - Logo que puseres essa capa, tu te tornarás invisível e poderás seguir as princesas, para onde quer que elas forem, sem ser visto por ninguém.
Apos ouvir esses conselhos, o velho soldado foi falar com o rei, que mandou seus súditos dar-lhe ricas vestes para trajar. Quando a noite chegou, conduziram-no até o quarto de fora, onde deveria ficar para descobrir o segredo das doze princesas.  Já ia deitar-se quando a mais velha das princesas trouxe-lhe um taça de vinho que o soldado entornou-a sem que ela percebesse.  Depois deitou-se na cama e logo pos-se a roncar como se estivesse dormindo profundamente. 
Quando as doze princesas ouviram seu ronco, puseram-se a rir, levantaram-se a abriram as malas onde guradavam seus ricos vestidos e puzeram-se a saltitar de contentes, como se estivessem se preparando para dançar, mas, a mais nova delas dise:  
- Não me sinto bem. Tenho a premonição de que vai nos acontecer algo desagradável. 
- Tola! disse a mais velha. Já não te lembras de quantos filhos de reis que vieram nos espiar  sem resultado?  E, quanto ao soldado, tive o cuidado de lhe dar a bebida para fazê-lo dormir. 
Quando estavam todas prontas foram juntas olhar o soldado, mas ele continuava a roncar e nem se mexia.  Então elas julgaram-se seguras. Dando continuidade ao costumeiro artifício, a mais velha das princesas foi até próximo à cama e bateu palmas. Imediatamente abriu-se ali um alçapão com uma escada por onde todas elas desceram, umas atrás das outras.  Então o soldado levantou-se, pôs a capa que a velha senhora lhe tinha dado e segui-as. Mas, por um descuido, o soldado pisou na cauda do vestido da princesa mais nova que gritou para as irmãs: 
- Alguém me puxou pelo vestido! 
- Que tola! dise a mais velha. Foi algum prego que está na parede.
E lá se foram todas descendo e, quando chegaram ao fim do caminho, havia a um bosque de lindas arvores.  As folhas eram todas de prata e tinha um brilho maravilhoso. O soldado, que vestido com a capa estava invisível, partiu um raminho de uma  das arvores para levar de lembrança.
Em seguida as princesas continuaram sua caminhada  chegando a outro bosque, onde as folhas das arvores eram de ouro; cotinuaram a caminhada e chegaram a um bosque onde as arvores tinhas folhas de diamantes. O soldado, que as acompanhava de perto, foi partindo um raminho de cada arvore. 
Depois de muito caminhar, chegaram a um grande lago onde haviam doze barquinhos enconstados na margem, com doze príncipes jovens e muito lindos, que ali estavam à espera das princesas. 
Cada uma das princesas entrou num dos barquinhos e o soldado, para não ficar atrás, entrou no barquinho da princesa mais nova.
Quando já iam atravessando o lago, o príncipe que remava o barquinho com a princesa mais nova, disse-lhe: 
- Não sei por que, mas, apesar de estar remando com toda a minha força, parece que estamos indo mais devagar do que de costume. O barco parece estar mais pesado. 
- Deve ser o calor do tempo, disse-lhe a jovem princesa. 
Do outro lado do lago havia um grande castelo, de onde vinha um belo som de clarins e trombetas. Desembarcaram todos e entraram para o castelo. Cada príncipe dançou com sua princesa e o soldado invisível dançou entre eles também.
Como era de costume, colocavam uma taça de vinho aos pés de qualquer uma das princesas para que bebesse. O soldado, que não perdia tempo, bebia todo o vinho e quando a princesa levava a taça a boca, já estava vazia. 
A irmã mais nova, que era muito desconfiada,  já estava assustada com o que estava acontecendo, mas a mais velha mandou que se calasse.
Dançaram até as tres horas da madrugada. Então, com os sapatos já gastos, tiveram de parar.  Os principes levaram-nas de volta até a outra margem do lago e, desta vez, o soldado entrou no barquinho da princesa mais velha. Ao chegarem ao outro lado, despediram-se prometendo voltar na noite seguinte. 
Quando chegaram ao pé da escada do alçapão, o soldado adiantou-se  e subiu primeiro, indo deitar-se imediatamente. 
As princesas, que subiram devagar por estarem muito cansadas, passaram pela cama do soldado, e vendo que ainda estava roncando, disseram: 
 -Esta tudo muito bem!
Depois despiram-se, guardaram novamente seus ricos trajes, tiram os sapatos e deitaram-se. 
Na manhã, o soldado levantou-se, mas não disse nada do que tinha visto. Decidiu que seria melhor repetir com elas, por mais duas noites, todo o trajeto feito na primeira noite. Entretanto, na terceira noite, para provar seus relatos ao rei, o soldado trouxe de volta consigo uma taça de ouro que pegou no castelo.
Quando chegou a hora de revelar o segredo das princesas foi levado à presença do rei. Levou consigo os tres ramos colhidos das arvores e a taça de ouro. 
Imaginando o que iria contecer, as princesas puzeram-se atrás da porta para escutar o que ele diria. E então o rei lhe perguntou:
- Onde é que as minhas doze filhas dançam a noite?
- Com doze príncipes num lindo castelo debaixo da terra, respondeu o soldado.
Depois contou ao rei tudo o que tinha sucedido, mostrando-lhe os tres ramos e a taça de ouro que trouxera consigo. 
Então o rei chamou as princesas e perguntou-lhes se era verdade o que o soldado tinha dito. Elas, vendo que seu segredo havia suido descoberto, confessaram tudo. E o rei perguntou ao soldado com qual delas queria casar. 
- Como já não sou muito novo, quero a mais velha, respondeu o soldado. 
Casaram-se no mesmo dia, e o soldado, que tinha seguido os conselhos da velha senhora, ficou sendo o herdeiro do trono.
História original dos Irmãos Grimm - Livro dos Contos.
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 Pesquisa e adaptação> Nicéas Romeo Zanchett 
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