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terça-feira, 19 de abril de 2011

A AMBIÇÃO E A FORTUNA - Romeo Zanchett

                                        A AMBIÇÃO E A FORTUNA
Alguns homens que se embrenharam na floresta em busca de riquezas, chegaram às margens de um pequeno riacho, cheio de pedras preciosas. Nem bem chegaram, todos se entregaram com muito empenho em procurar as mais belas pedras. Escolhiam e separavam as mais atrativas para levar, e assim ficar o mais rico possível.
Trabalhavam incansavelmente até a exaustão.  Dormiam apenas algumas horas e logo em seguida voltavam a procurar mais pedras preciosas. 
Em determinado momento já não havia mais vasilhames, bolsas e baús para acondicionar o que encontraram.
Entre eles havia um homem que procedia de forma totalmente diferente dos demais. Passava o tempo todo, olhando os outros trabalharem, passeando pelas paisagens, descansando, comendo e dormindo. Não tinha a menor preocupação em ficar rico. Era um homem que só dava valor às coisas belas da vida. Gostava de viajar, visitar outras terras e, naqueles dias, aproveitou para descansar e sonhar com os prazeres que o mundo pode oferecer.
Os dias se passaram e já não havia mais lugar para guardar os achados do grupo de trabalhadores. Os vasilhames,  sacos e baús já estavam todos cheios e era hora de partir de volta. 
Quando chegou o momento de deixarem o riacho, perguntaram ao sonhador que descansava: 
E você? O que conseguiu juntar para o seu futuro? 
Ele, sem dar resposta, dirigiu-se até um montinho de terra. Lá estendeu a mão e juntou um punhado de pedrinhas sujas e pôs no bolso. Em seguida embarcou com os amigos, feliz da vida. 
Durante a viagem, todos foram conferir o resultado do seu trabalho. 
O sonhador permanecia tranqüilo sentado num canto do barco. 
- E então, meu caro amigo? O que você conseguiu nesses dias todos?, perguntou um dos trabalhadores.
- Não sei. respondeu, demonstrando nenhuma preocupação. - Mas vamos ver o que tenho no bolso. 
Em seguida tirou o punhado de terra e o espalhou na mesa. 
Qual não foi a surpresa de todos ao verem que, no meio das pedras sujas, havia um diamante, cujo valor era muito superior a tudo o que os outros haviam garimpado.
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Conclusão: A fortuna pode aparecer quando menos se espera, e nem sempre escolhe quem a procura desesperadamente. 
Muitas vezes a sorte premia quem menos ambiciona, mas sabe amar sem egoismo as belas coisas que a natureza nos dá. 
Nicéas Romeo Zanchett 
http://asfabulasdeesopo.blogspot.com/

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